sexta-feira, 17 de junho de 2011

Brasil, um país capitalista, desigual e sem esquerda!

O Brasil é um perfeito exemplo de capitalismo no terceiro mundo. Vou dar uns dados para que nos situemos no contexto. Hoje em dia, o Brasil, se conforma com 16,27 milhões de pessoas vivendo em situação de extrema pobreza. É importante ressaltar que se considera classe média quem ganha mais de 540 reais. Isso sendo um absurdo tendo em conta que o valor agregado (é o valor adicional que adquirem os bens e serviços ao serem transformados durante o processo produtivo), inclusive dos produtos da cesta básica é de 40% e o poder de compra é mínimo. O Brasil é um país extremamente caro, onde a cesta básica se encontra entre as mais elevadas. Os estados do norte reúnem 50% da quantidade de pobres de todo o país (curioso que são estados majoritariamente de cor). Tudo isto diante do bárbaro fato de que 3% da população têm mais de 60% das riquezas do país e os demais, boa parte, é roubado pela corrupção. Estes dados são da Fundação Getúlio Vargas (RJ). Em 2001, o Brasil se encontrava em primeiro lugar entre os países mais desiguais do mundo, hoje esse título pertence à Namíbia. Nos últimos 25 anos, cerca de 150.000 jovens (80% da classe média) deixam anualmente o Brasil em busca de uma oportunidade no exterior. Mais da metade dos jovens brasileiros se encontram sem estudar. E os quais têm o privilégio, são dotados de uma educação medíocre, que extingue inclusive o repetir curso, exigindo somente um mínimo de conhecimento para terminar o ano. E daí vêm os assustadores dados da UNESCO, que analisa o conhecimento dos estudantes brasileiros em ciências exatas, situando-los no posto 54° entre 58 países. 4% dos brasileiros não sabem ler, nem escrever (e agora, quem vai ler para eles este artigo de extrema importância?). Pessoalmente, à mim esta cifra não parece real, já que, no Rio de Janeiro, na zona sul, umas das regiões mais ricas do Brasil, é habitual a convivência com pessoas que não sabem ler e escrever. Mais de 90 milhões, 55% dos Brasileiros (a quantidade é bem maior, sem lugar a dúvidas), são analfabetos funcionais, isto significa que sabem ler e escrever, mas não interpretar um texto, ou escrever corretamente. Os pobres vivem ao lado dos ricos, e só convivem graças ao tráfico de drogas. Que implementa uma lei de não roubar nas favelas e mantém os mais perigosos ocupados e nada interessados em roubar, que se torna trabalho de garotos de rua. Uma grande ajuda também, é a "super-repressão", a falta de justiça e um controle policial que mantém os pobres, mais humildes que nunca. Nunca vi e acredito que ninguém viu uma grande manifestação no Brasil, não nos últimos 20 anos. Uma manifestação da gente da favela? Nunca! Seria considerado "distúrbio", como já é considerado em sua totalidade. Dentro desta realidade social, nos encontramos com um complexo e bem organizado conjunto de empresas que dominam a radiodifusão pública e os grandes e únicos meios de comunicação massivos. Há 3 canais de televisão que dominam o mercado, Globo, quem o dono é o reconhecidíssimo falecido Roberto Marinho, quem ganhou seu lugar na fama, na década da Operação Condor, apoiando a ditadura militar e ganhando a requisitada concessão. Na época, a interessada em investir em meios de comunicação nos países da América Latina, principalmente os militarmente ocupados, a empresa Lifetime, despertou um interesse em adquirir ações desta emissora; Record, comprada há poucos anos por Edir Macedo, o dono e pastor da Igreja Evangelista Universal (Igreja Satanista Universal) e uma das pessoas mais ricas, poderosas e denunciadas do país e por último, SBT, quem seu dono é o reconhecido Sílvio Santos. A Globo tem 70% de audiência, situando-se como o segundo canal de televisão mais importante do mundo (sabemos agora por que o país está dessa forma graças aos "narigudos endinheirados"?) e o primeiro em importância como rede. A Globo tem um canal, que seria o 4 aqui no Brasil. Complementando-lo com Globosat, que contém significante número de canais de televisão, todos pago$. Junto com os dois jornais mais lidos do Brasil, "O Globo" e o "Extra", que está superando a "Folha de São Paulo" que se encontra em segundo lugar do ranking e também famosas revistas que se intitulam de "Super Interessante", "Veja", "Caras", entre outras, que costumam ser claramente tendenciosas e sarcásticas, chamando a atenção inclusive de seus próprios leitores habituais. As idéias da Globo são bem claras. Já apoiaram uma ditadura militar e nunca, mas nunca vi uma propaganda ou movimento de caráter social que não tenham segundas intenções como manobras para evadir impostos, por exemplo. Como já foi denunciado incontáveis vezes, como no caso do "Criança Esperança". Dita a lei "brasileira" que o que se doa aos movimentos filantrópicos se desconta dos impostos de quem os arrecada, sendo esta uma empresa. Enfim, não se fala de pobreza, não se mostram manifestações que não são de seu interesse. Programam-se novelas fantasiosas como "Malhação", altamente criticada, por ser para público jovem e não conter nem sequer um preto na programação e mostrar só a realidade de uma pequena porcentagem dos jovens do país, com problemas que não têm nada que ver com os quais vive a população brasileira. Ao chegar ao poder, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva que se declarava de esquerda, criou uma "super-propaganda". O povo ao ser tão dependente destas novelas, e a rede "Globo", ao dominar todos os meios de comunicação mais vistos, impôs uma realidade. Começou a falar constantemente e necessariamente de corrupção, como nunca antes havia falado, deixando claro suas intenções, para os mais sabidos. Ao ler diversos jornais ao dia, me ocorreu diversas vezes de ler o Universal da Venezuela e que logo me surpreendia nas primeiras páginas de O Globo, frases do Presidente da Venezuela, Chávez, manipuladas, com trocas de palavras bem ao modo "pré-histórico". " - Aqui não se fala de manifestação, não se fala de revolução. Revolução não existe, porque nunca existiu." E outra, 90% dos brasileiros não sabem citar um revolucionário brasileiro e uma maioria esmagadora, não sabe citar um revolucionário estrangeiro que não seja o Che Guevara. Não ensinam isso nas escolas. Pelo contrário, se ensina a desprezar o comunismo e o socialismo sem conhecer seus fundamentos. Me custa lembrar de tudo isto, digo lembrar-me, porque sempre, como a maioria dos brasileiros, tentei esquecer, já que não vejo uma solução possível, não neste século. Já que aqui não existe o significado de revolução, que é a única solução. O que se pode esperar de um país que tem 4% de analfabetos, 55% de analfabetos funcionais e o restante dos estudados, em sua grande maioria, defendem o capitalismo selvagem com suas próprias vidas. O que se pode esperar de um país que, 3% da população retém mais de 60% das riquezas do país, e entre os outros 97% se distribui o restante. O que se pode esperar de um país que cobra um imposto chamado CPMF para a saúde pública, arrecadando 40 bilhões de dólares em transações bancárias por ano e nos obrigam a pagar um caro sistema de saúde privado ao não ter mínimas condições de atendimento na maioria dos hospitais, inclusive nos mais prestigiosos. Nada acontece, o Brasil explode e nada acontece. O que acontece é que a classe baixa do Brasil não tem noção de seus direitos, não sabe o que é revolução, não conhece nenhum revolucionário. A classe média vive assustada, tanto dos marginais, como das autoridades, e, além disso, carrega essa típica característica regional: o conformismo.

O que se pode esperar de um país, sem ao menos uma esquerda? ..

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